A Escola Municipal de Teatro lançou no mês de janeiro a 1° Edição do “Conexões: A produção Teatral no Interior de Mato Grosso”, por meio da plataforma Zoom. Foram três dias de roda de conversas Online, onde contamos com a presença de seis convidados do Estado, além da presença do corpo docente da Escola Municipal de Teatro e dos alunos que se fizeram presentes nestes três dias.
No último dia de conversa pudemos compartilhar e trocar experiências com dois psicólogos sendo um de Rondonópolis e outro de Comodoro, podendo ouvir um pouco sobre suas vivências entre o teatro e a psicologia, e como essas duas linhas se relacionam em relação ao aluno e a cena.
Camila Pinho
Faz parte do coletivo Corpo Anu desde 2016, Psicóloga de formação, Mestra em Educação, pesquisa a auto formação de jovens negros no teatro, refletindo a partir da afro perspectiva e está realizando uma pesquisa multirreferencial a partir do Teatro Negro para elaboração do trabalho Gestação de Cam que foi contemplado no edital do Estado por meio da Lei Aldir Blanc.
Guilherme Junior
Psicólogo formado pela UFMT. Especialista em Educação Inclusiva e Libras pelo IFMT. Possui mestrado em Psicologia pela UFMT, onde desenvolveu pesquisa sobre Psicologia, Teatro e Desenvolvimento com estudantes de uma escola pública de Comodoro/MT. Faz teatro há 15 anos. Dirige e escreve espetáculos há 13 anos. É fundador, diretor e dramaturgo do Grupo de Teatro Geração da Arte, do município de Comodoro.
Durante a conversa os dois compartilharam um pouco do processo de como funcionou a prática teatral durante a pandemia em suas respectivas cidades. Camila Pinho e seu grupo tiveram que se reinventar em relação aos espaços tendo que migrar para o online, mas nem sempre era possível, puderam assistir e acompanhar muita coisa pela internet, pesquisar, e os encontros aconteciam em horários alternativos já que todos trabalhavam em horário comercial. Nos encontros online puderam trabalhar alguns assuntos como: Como o cenário de pandemia nos afeta? Pensar esses atravessamentos a partir da perspectiva de um teatro negro; como parir as urgências da mulher negra na cena.
Esses foram uns dos questionamentos presentes na fala e nas discussões que reverberaram nesse encontro potente e necessário, o qual resultou para Camila em um projeto da Lei Aldir Blanc.
Já em Comodoro não conseguiram dar sequência nas aulas presenciais e nem online, mas funcionou como um ano de reflexões e produções para o ano de 2021, além de tentarem estruturar politicamente a cultura no município, conseguiram também um projeto pela Lei Aldir Blanc de realizar um Festival de Teatro no Próprio Município.
Percebemos com a Pandemia do Covid-19 a importância de editais como a Aldir Blanc que deu minimamente subsídios políticos culturais para que as práticas teatrais fossem aos poucos reorganizadas e pensadas para atender as demandas culturais de Mato Grosso chegando a quem mais necessita: população e artistas.
Texto Escrito por Jeisy Sá.